Como usar IA sem violar o sigilo profissional
Uma das maiores preocupações de advogados e departamentos jurídicos ao adotar inteligência artificial é: como garantir a confidencialidade das informações?
O medo é justificado. Afinal, boa parte do trabalho jurídico envolve dados sensíveis de clientes, contratos estratégicos e informações processuais que não podem vazar.
Segundo a pesquisa da OAB/SP em parceria com Jusbrasil, Trybe e ITS Rio (2024), 39% dos usuários de IA no Direito citaram a privacidade de dados como um dos principais obstáculos à adoção. Além disso, 44% destacaram a necessidade de supervisão humana constante para evitar erros e riscos【relatório técnico anterior】.
A boa notícia: é possível usar IA de forma prática sem comprometer o sigilo profissional, desde que alguns cuidados sejam seguidos.
O risco real: onde está o problema?
O problema não é a IA em si, mas como e onde ela é utilizada.
Versões abertas (como ChatGPT gratuito) podem armazenar os dados enviados para treinar futuros modelos.
Documentos sigilosos colados diretamente nessas ferramentas podem ser expostos inadvertidamente.
Falta de políticas internas nos escritórios aumenta a chance de mau uso.
5 boas práticas para usar IA com segurança no Direito
Anonimize os dados sensíveis
Nunca insira informações pessoais ou estratégicas completas. Substitua por variáveis (“Cliente X”, “Valor Y”).
Prefira versões corporativas ou ferramentas seguras
ChatGPT Enterprise, Microsoft Copilot, ADVBOX e outras legaltechs brasileiras já oferecem ambientes com camadas de segurança e LGPD compatível. Essas soluções oferecem um ambiente mais protegido do que plataformas abertas, justamente para atender à exigência de sigilo da profissão.
Estabeleça protocolos internos
Crie regras claras: quando usar IA, quais documentos podem ser processados e quem é responsável pela validação.
Supervisão humana sempre
Use a IA como apoio, mas a palavra final é do advogado. Isso preserva qualidade e responsabilidade ética.
Treine a equipe
A maior vulnerabilidade é cultural, não tecnológica. Capacitar advogados para usar IA com consciência evita erros graves e falhas de segurança.
O diferencial competitivo
Advogados que dominam o uso seguro da IA transmitem confiança extra aos clientes. Em um mercado cada vez mais atento a privacidade e proteção de dados, mostrar que o escritório adota boas práticas com tecnologia é um fator de diferenciação.
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